Hilda & Freud

Ministério da Cultura e Banestes 80 anos apresentam

HILDA & FREUD

 

Uma relação de amor com a psicanálise

A análise da poeta Hilda Doolittle com Sigmund Freud na Viena dos anos 30, compõe um dos mais importantes testemunhos sobre a prática da psicanálise efetuada por seu fundador. Durante a ascensão do nazismo, Hilda expõe com detalhes seus encontros no consultório do pai da psicanálise, onde se despe de qualquer censura para reviver seu conturbado passado que resultou em um bloqueio literário. A vida de uma mulher à frente de seu tempo, dona de um percurso marcado pelos traumas deixados durante a I Guerra Mundial, seus medos, amores, lutas, sonhos e alucinações suscitam em seu analista intervenções geniais que mudam a vida da escritora, além de fortalecer uma relação de forte amizade entre os dois.

 

Hilda e Freud, com Bel Kutner e Antonio Quinet, com direção dele e Regina Miranda

Segundo o psicanalista (autor, diretor e ator)  Antonio Quinet, “As pessoas vão ver um Freud em ação de uma forma inimaginável através da visão de uma paciente, e não de seus próprios relatos”. A convite do Freud Museum, duas temporadas do espetáculo foram apresentadas, uma em 2013 e uma em 2015, em Londres, quando do lançamento do livro da peça em inglês. Em agosto deste ano, Hilda e Freud também passou pela cidade de Buenos Aires, na Argentina. Nas apresentações internacionais, Quinet contou com atrizes convidadas. Para a estreia nacional, ele chamou a atriz Bel Kutner, que se encantou imediatamente com o projeto. “Há um ano o Antonio me procurou e surgiu uma vontade de trabalharmos juntos. Depois de outros textos de sua autoria ele me apresentou Hilda e Freud e eu fiquei alucinada. Hilda era uma mulher muito sensível, que passou por coisas tenebrosas e buscou sua salvação na arte, na poesia e na psicanálise, numa época que a psicanálise estava florescendo, enquanto o mundo se deteriorava por conta das guerras. Ela pertenceu à nata da intelectualidade inglesa, e, nos anos 70, depois de sua morte, foi transformada num ícone do universo feminista por assumir em vida sua veia artística e sua bissexualidade. Uma guerreira que sobreviveu através de sua arte e sua história”.

Baseada nos escritos e na correspondência de Hilda Doolittle (1886-1961), os espectadores assistem à trajetória e aos conflitos dessa delicada escritora e sua relação de amor em versos livres, definição de sua relação com seu psicanalista. Com uma vida afetiva libertária e tumultuada, de uma sensibilidade extrema e melancólica, H.D. fez algumas tentativas de análise até chegar ao divã de Freud. Em março de 1933, desembarcou em Viena e instalou-se num hotel para sessões diárias no divã em que fez sua “grande viagem” com o Professor, o “médico irrepreensível”.

Durante esse período escreveu o diário de sua análise, com sonhos, associações, devaneios e intervenções de Freud. O relato, chamado por ela de Advento, é intenso, emocionante e em carne viva. Ela com 47 anos e ele com 77 anos iniciaram uma relação – primeiro analítica e depois de amizade – que durou até o final da vida de Freud. Em 1944, H.D. reescreveu sua experiência analítica em forma de breves capítulos, uma prosa poética em que, mesclando sonhos, realidade e imaginação, traz a narrativa reinterpretada dessa análise como um grande tributo amoroso a Freud. Neste texto, Escrito na parede, transformou uma experiência alucinatória enigmática no eixo de sua análise, mostrando Freud como um “curador de um grande museu arqueológico”, que é ao mesmo tempo o consultório e seu inconsciente. Ambos os textos compõem o livro Tribute to Freud, constituindo um testemunho, dentre os mais importantes de seus pacientes, sobre a prática da psicanálise por seu fundador.

 

A peça mescla uma linguagem poética e erudita com projeções contemporâneas que ambientam o expectador na imaginação e no inconsciente dos personagens. A direção de arte e cenografia assinadas por Analu Prestes, transportam o público para o poder evocador dos versos e das imagens poéticas do universo imaginista (movimento literário inglês) do qual Hilda Doolittle foi o símbolo. A produção dá continuidade à pesquisa “Teatro e psicanálise”, desenvolvida por Antonio Quinet no âmbito do mestrado e doutorado da Universidade Veiga de Almeida, na qual pretende transmitir a psicanálise através do teatro, e assim levar ao público, artisticamente, as descobertas da do inconsciente. Aos domingos, após as apresentações, os atores farão debates com mestres da psicanálise e artistas do mundo teatral.

Hilda e Freud é também resultado de uma bem-sucedida parceria entre Quinet e Regina Miranda. Ambos uniram o pensamento coreográfico teatral com o pensamento da psicologia do teatro em movimento. “Nós temos uma longa história juntos. Em quase dez anos de parceria, descobrimos que compartilhávamos dos mesmos objetivos. Foi gerada uma confiança mútua. Um desejo de tornar público um conhecimento pela via estética”, reflete Regina. Assim como Antonio Quinet, a diretora, conhecida internacionalmente como uma das mais conceituadas coreógrafas e gestoras culturais, sempre nutriu a vontade de disseminar a psicologia através da arte. “Somos complementares. Não temos a mesma visão sobre a mesma coisa. Temos um diálogo muito rico”, conclui.

 

SINOPSE:

A análise da poeta Hilda Doolittle com Sigmund Freud na Viena dos anos 1930, compõe um dos mais importantes testemunhos sobre a prática da psicanálise efetuada por seu fundador. Durante a ascensão do nazismo, Hilda expõe com detalhes seus encontros no consultório do pai da psicanálise, onde se despe de qualquer censura para reviver seu conturbado passado que resultou em um bloqueio literário. A vida de uma mulher à frente de seu tempo, dona de um percurso marcado pelos traumas deixados durante a I Guerra Mundial, seus medos, amores, lutas, sonhos e alucinações suscitam em seu analista intervenções geniais que mudam a vida da escritora, além de fortalecer uma relação de forte amizade entre os dois.

 

FICHA TÉCNICA

Texto: Antonio Quinet

Elenco: Bel Kutner e Antonio Quinet

Direção: Antonio Quinet e Regina Miranda

Direção de arte e cenografia: Analu Prestes

Videocenografia: Mídias Organizadas

Iluminação: Fernanda Mantovani e Tiago Mantovani

Trilha Sonora: Regina Miranda sobre a obra de Rodolfo Caesar

Figurino: Beto de Abreu

Visagismo: Uirande Holanda

Preparação vocal: Rose Gonçalves

Fotografia: Flavio Colker

Direção de produção: Alice Cavalcante e Conrado Lima – Sábios Projetos

Assistência de produção: Luísa Reis e Marcio Vigna

Assessoria de imprensa: Lu Nabuco Assessoria em Comunicação

Co-produção: Atos e Divãs e Sábios Projetos

Realização: Atos e Divãs Produções.

Produção Local: WB Produções

 

Serviço:

Bel Kutner e Antonio Quinet em HILDA & FREUD

Datas – 18 de novembro

Sábado, às 21h

Local: Teatro Universitário – UFES

Endereço: Av. Fernando Ferrari, 514 – Campus da UFES.

Vendas: tudus.com.br ou na bilheteria do teatro de 15h as 20h.

 

Valor:

R$ 20,00 ( Inteira) e R$ 10,00 ( meia)

 

Espetáculo com acessibilidade: Apresentação com Interprete de Libras.

 

Classificação etária: 12 anos

Duração: 60 minutos

Genero: Drama

 

 

 

 

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