Ministério do Turismo e Query Produções apresentam projeto Cultura na Estrada
A peça fala de uma trupe teatral em crise, em um reino em crise. É um pouco do que a gente viveu e ainda está vivendo no Brasil. Ao mesmo tempo, é um olhar distanciado para o passado, uma trupe com características medievais, vivendo aquele contexto de crise, de Peste Negra – e aí tem a simbologia da peste como doença, a peste que nos envolve hoje no sentido moral e político, os ratos (fala muito de ratos, tanto no sentido físico quanto uma metáfora dos roedores, das ideias que nos corroem).
O personagem Dionéio (Duílio Kuster) é o líder da trupe. Um sonhador inveterado, mas também aquele que está empreendendo, fazendo a trupe se manter viva. Ele é o grande provedor da trupe toda; a Guiomar (Brenda Perim) é uma personagem que vem do campo, rústica, mais politizada, se apodera da arte para poder fazer o seu discurso chegar às massas; já o Felizberto (Leonardo Magalhães) é um burguês, criado em boa família, com educação erudita, mas encontrou na arte sua forma de se expressar e acabou largando o conforto para viver as misérias da arte. É o que ele ama fazer.
Nesse espetáculo a musicalidade está presente o tempo inteiro, como se tivesse um ritmo perpassando toda a peça. E esse ritmo ora aparece no violão, ora numa batida no cenário (sim, o cenário é acústico), ora em um objeto que faz um som, ora nas próprias interpretações dos atores.
O espetáculo todo se passa dentro de uma carpintaria, que já é um lugar normalmente sonoro, com batida de martelo, lixa…, e também a casa e o lugar de ensaio da trupe. Tudo acontece ali naquele universo. O projeto do cenário criou regras para um jogo que ajudou a construir os eixos de cena, movimentação e significados emocionais. A sonoridade também, porque o cenário é todo construído com paletes e pranchas de madeira. A parede tem uma acústica que está sendo aproveitada na percussão.
E a companhia procurou manter uma linguagem de rua que o grupo já adquiriu ao longo dos anos, apesar de estarem em um espaço fechado e alternativo.
Algumas características de seus trabalhos se repetem, por exemplo, a própria questão da sonoridade, sonoplastia, trilha ao vivo, a questão da comicidade, apesar de não ser um espetáculo cômico – é uma tragicomédia, mas a comicidade aparece bastante – uma linguagem menos intimista, mais aberta, e a questão corporal, os atores com corpos extremamente vivos em cena, a busca desses personagens mais construídos corporalmente, menos realista.
Em relação ao figurino, o ponto de partida foi o medieval, a Commedia dell’arte, mas também buscou conceitos nos anos 1970 e no estilo Steam Punk. Essa quebra foi para se distanciar de uma peça de época, datada.
QUINTA – FEITA – 02/09/2021
19H30- A Lenda do Reino Perdido
Local: Palácio de Cultura Sonia Cabral – Praça João Clímaco, s/n – Centro, Vitória – ES, 29015-140
Ingressos: Grátis. Os ingressos devem ser retirados 1 hora antes de cada apresentação na bilheteria do teatro.
Capacidade: 50 lugares (50% da capacidade total do teatro com distanciamento social).
Assessoria de imprensa – Agência Taga
Guilherme Oliveira – (11) 97648-5663 / [email protected]
Assessoria de imprensa local – WB Produções
Bruna Dornellas – (27) 98151-1461 / [email protected]
FICHA TÉCNICA
Texto: Duílio Kuster
Direção: Coletiva – Duílio Kuster, Leonardo Magalhães, Lorena Lima e Dori Sant’ana
Elenco: Duílio Kuster (Dionéio), Leonardo Magalhães (Felizberto) e Brenda Perim (Guiomar)
Direção Musical e Trilha Sonora: Dori Sant’ana
Cenário, Figurino e Maquiagem: Leonardo Magalhães
Assistência de dramaturgia: Lorena Lima
Operação de Som: Marco Antônio Reis
Confecção dos Figurinos: Marinêz Bicalho (Atelier Luz Divina)
Confecção de Adereços: Leonardo Magalhães e Mery Lucy Silva
Produção do Cenário: Leonardo Magalhães e Walderrama dos Santos
Design gráfico: Leonardo Magalhães
Produção e Realização: Folgazões Companhia de Artes Cênicas